ÚLTIMA CANÇÃO
O amor é beleza,
fonte natural
de vida, continuidade.
Força essencial
na salvação da humanidade
da própria natureza
quase agonizante.
As árvores se vestem de outono,
um bando de sabiás,
outras aves, muitas delas
renovam suas presenças
na mais alta laranjeira do quintal.
Um cantar em minha janela!
Um sabiá brejeiro canta,
e seu canto tem a essência pura
da goiaba e da laranja,
e de outras de igual sabor.
Certo dia, o sabiá deixa o galho,
saúda os companheiros,
e feito peregrino voa distante
à procura de maior liberdade.
O incauto senhor do espaço voa
sobre ondas do mar, conhece
um mundo novo de imensidão,
um céu sem limite para voar.
Alcança o universo num abraço.
e depois dança o sarau das nuvens,
canta o poema dos ventos
em majestosa sinfonia
ao Eterno,
à expansão da vida, tal filho pródigo.
Um jovem em busca de afirmação,
um aprendiz na larga avenida
dos sonhos e aventuras.
Meu pássaro brejeiro!
Esperei, você voltou, com seu canto
nas manhãs ensolaradas,
mas sua plumagem cansada
E no pezinho um anel da perda da liberdade.
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