A última canção
As árvores se vestem de outono
Um bando de sabiás
Outras aves, muitas delas
Renovam sua presença
Na mais alta laranjeira do pomar
Vem cantar na minha janela
Meu pássaro brejeiro
Seu canto é essência pura
Da goiaba, da laranja
Outras de igual doçura.
Indiferente deixa o galho
Saúda os companheiros
Com um canto de vaidade.
Feito peregrino voa distante
À procura de liberdade.
O incauto senhor do espaço
Sobre as ondas do mar
Mundo novo na imensidão
Céu sem limite pra voar
Alcança o universo num abraço.
Dança o sarau das nuvens
Canta o poema dos ventos
Uma majestosa sinfonia
Ao eterno à expansão da vida
Um jovem em busca de afirmação
Um aprendiz na larga avenida
Volta para o seu pomar
Meu pássaro brejeiro
Guarda pra mim
Sua última canção.