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FLORES...

Vitória, Cidade Presépio, que a todos seduz!

Cidade Sol, com o céu sempre azul, é espaço curvilíneo que, nas curvas do

Penedo e ao balanço do mar, os segredos do mundo abraça.

Em sua ruas arborizadas passaram histórias, mistérios que acalmam e

confortam. Relicário de velhas árvores, Vitória guarda segredos que em verso algum

se traduz.

As pontes altaneiras enfeitam a Ilha. Tudo nos faz sonhar, delirar, pensar, amar

você.

Quem caminha pelas praças e ruas de Vitória logo percebe que os ipês estão

floridos. São pencas de flores que se derramam pelas calçadas e quintais de antigas

residências. Os ipês, vestidos de festa da cabeça aos pés, se pintam de amarelo nos

jardins da Costa Pereira. São também os Oitis e as palmeiras que nos protegem do

eterno verão.

No Parque Moscoso árvores floridas espalham perfumes e oferecem sombras.

Por entre flores e folhas pequenas pontes. Estrategicamente construídas sobre

lagos, são palcos. Nas águas transparentes podemos apreciar os peixes sempre

famintos que abocanham migalhas lançadas por mãos pequeninas.

Na praça do Papa a imensa Cruz branca da Paz, curvada em prece, suplica à

Virgem da Penha graças para o povo capixaba.

Na orla marítima da cidade as amendoeiras abrigam ninhos celebram amores.

As aves marinhas alegram o meu caminhar e reverenciam a primavera.

A primavera começou...

Vem alegrar meu coração. Como mosaico feito de pedacinhos coloridos conta

histórias com suas cores e embala meu coração como cordas de ouro de uma lira

divina.

Minha alma transparente e liberta de cuidados vis, modula a música que vem

do mar e se oferece a devastar o sentido exato da paz.

O coração da natureza transborda em brotos.

Cantantes arroios correm entre pedregulhos em direção ao mar.

O céu pedrento em porcelana cor e as nuvens de carneirinhos salpicadas se

entrelaçam ternamente envolvendo o infinito de folhagens verdejantes.

Livres asas forçam o vento e cortam o verdor da floresta numa encosta

qualquer.

Lá vem o gaturamo com sua canção...

a rolinha amando pelos beirais..

o sabiá laranjeira com seu ninho em construção...

a viuvinha brejeira esgueirando-se pelos canais!

Podemos sorver cantos melodiosos de pássaros,

sentir cigarras libertas de subterrâneos ninhos

ciciando segredos para mundo que se rompe em flor.

Não importa que o sol se esconda todinho,

não importa que a escuridão envolva meu dia.

Nada importa, porque é primavera na cidade.

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