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...E SE VOLTAVA SEMPRE !

Não sei como se conseguia arrumar toda a bagagem e aguardar a hora de voltar. Crianças e adultos. Adultos e crianças.

Férias na Fazenda Primavera num se esquece.

As pessoas, os animais as plantas, tudo numa sucessão de visões e deslumbramentos.

Cada tipo com suas especialidades e características. Uns tímidos, outros falantes iam se sucedendo. Era um desfile permanente em frente à Casa de Pau, única loja das redondezas, onde se encontrava de tudo mas se deixava sempre registrado um cordel de ingênuos e coloridos documentários orais.

A Casa de Pau foi estrategicamente construída. Independente do lado que se viesse lá estava ela a nossa espera. Branca com telhados vermelhos recebia a todos de portas abertas.

Mestre Jaime era frequentador diário da Casa de Pau. Muito animado chegava sempre pela hora do almoço. Filho do Coronel Aristides possuía um sítio bem cuidado e se esmerava no cuidado de seus cavalos. Preparava com mestria a montaria com arreios sempre novos e lustrosos e não esquecia de ajustar as ferraduras usando instrumentos bem ajeitados. Falava muito, alto e rápido. Tinha sempre muitas histórias para contar e por isso sua chegada era logo anunciada e trazia alegria para as crianças que logo se juntavam no terreiro. Andava quase sempre sozinho a ruminar pensamentos em companhia de seu cavalo de estimação. Tão alto que seus pés encostariam ao chão se a montaria não fosse de porte. Amigo de todos corria os arredores em busca de aventuras a fim de defender os fracos, lutar pela justiça, desagravar damas e donzelas. Estava sempre disposto a ajudar em nome de Deus, Nosso Senhor Jesus Cristo, Amém.

Agradava as crianças que se encantavam com as histórias e a figura daquele “Dom Quixote” capixaba.

Estava sempre em atividade física e falante.

Era um grande homem de negócios.


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